terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Chile: Surpresa e descoberta na terra do vinho...

Restaurante tradicional de Santiago: Como Água para Chocolate

Já escrevi aqui há algumas semanas a respeito da minha viagem a Portugal, onde a busca por uma boa cerveja era vista com muita estranheza pelos nossos patrícios. No Chile, porém, mesmo considerando ser um país repleto de vinícolas, a história foi bem diferente.

A Kross de Curacavi...
Cheguei lá na primeira semana de Dezembro de 2015 para ficar exatos 6 dias. Eu e minha esposa (que também aprecia uma cevada) fomos a diversos restaurantes e cafés, tivemos inclusive a oportunidade de conhecer uma vinícola, mas até por uma questão de tradição pessoal, não poderíamos deixar passar a oportunidade de experimentar as cervejas locais. É também verdade que minha expectativa não era das melhores, mas agora posso dizer que vivi surpresas e descobertas na terra do vinho.

De cara provei e aprovei, no famoso Restaurante Giratório (um restaurante panorâmico que gira a partir de seu próprio eixo) a Kuntsmann Torobayo, da qual o nosso brother André Magri escreveu num dia desses, assim como estive em Curacavi e me trouxeram um copo da Kross, outra cervinha bem feita na região que segue para o litoral. Também fui apresentado a Austral, uma "cerveja de supermercado" que, sinceramente, não me motivou a pedir a segunda. Mas além destas, dois outros rótulos me surpreenderam e sobre eles é que eu quero mesmo falar: A Royal Guard Black Label e a D'olbek Patagônia... Exatamente, embora pareçam nomes de wisky e vinho, elas são loirinhas, não necessariamente geladas...

A Kuntsmann, no Giratório...
A Primeira realmente me surpreendeu pelo nome. Eu estava no Hard Rock Café folheando o cardápio e procurando algo diferente para beber quando "Black Label" me chamou a atenção. Como nada mais havia como informação, pedi ao garçom que me falasse sobre ela e o mesmo não soube fazê-lo... pedi então que ele trouxesse a garrafa para eu ver e aí sim, até pela cor já foi possível ficar curioso e prever o resultado. Tratava-se de uma garrafa transparente, com líquido claro que, pela aparência, lembrava muito as nossas drafts... No copo, descobri uma lager, com lúpulo inglês e cerca de 6% de teor alcoólico, saborozíssima e cheia de glamour. Lá estive até as 3 da madrugada e acordei no outro dia como se tivesse bebido suco de laranja... ou seja, reação desconfortável? Nenhuma!

No Hard Rock, a Royal Guard...
Dois dias depois, no almoço, fui conhecer outra casa tradicional da cidade, no bairro da Bela Vista. O Restaurante "Como Água Para Chocolate" é inspirado no longa mexicano de mesmo nome, que conta a louca história de conflitos entre uma matriarca "mão de ferro" e sua filha mais nova. Curiosamente este filme se inicia com uma cena em que podemos ver um cerimonial maçônico de Pompas Funebres com corpo presente, quando depois disso a trama se desenvolve. Neste restaurante, também examinando o cardápio, me intriguei com a D'olbek e também pedi a garçonete que me trouxesse a garrafa, onde, antes de abrir pude ler uma bela frase: "Elaborada com uma das águas mais puras do planeta e antigas receitas de colonos belgas que aqui habitaram em 1948". No mínimo, eu tinha que provar.

D'olbek, a belgo/chilena na Bela Vista
D'olbek me impressionou como cerveja. Servida numa garrafinha escura de 330ml, ela traz um rótulo bem colorido e curioso. Trata-se de uma lager com cerca de 4% de teor alcoólico e um excelente equilíbrio entre aroma, corpo e sabor. Vale salientar que ambas as descobertas que citei devem ser consumidas frias, mas não geladas. Minha experiência sugere entre 2 e 4 graus para que o gelo não se sobreponha aos seus sabores. Também recomendo que a Black Label seja bebida na própria garrafa, enquanto a D'olbek seja apreciada num copo inglês ou cálice de boca larga, para que seu aroma possa ser percebido.

Finalmente, quero dizer aos irmãos que Santiago é um excelente destino para apreciarmos bons vinhos, assim como a comida típica local, mas certamente "nem só de vinho vive o chileno", pois há excelentes cervejas naquelas terras, além de bares extremamente cativantes onde elas podem ganhar ainda um pouquinho mais de clima e sabor. Viva!!!


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