terça-feira, 29 de dezembro de 2015

DaDo Bier me remete a São Paulo de 1997... saudades pacas...


Vivi a década de 90 com muita intensidade. Morei em Jundiaí, Blumenau, Campinas e, entre os anos de 1997 e 1999 a cidade de São Paulo foi minha casa e me trouxe uma escola de vida muito interessante. Como este é um blog sobre cervejas, obviamente em breve eu contarei sobre a minha passagem nas terras da maior Oktobertest do Brasil, mas hoje o cenário da história será a Capital Paulista.

Em São Paulo, ao longo destes 2 anos, morei em 3 lugares relativamente próximos. Um apartamento no Ibirapuera, um flat no Bixiga (de onde via o ensaio da Escola de Samba Vai-Vai) e uma minúscula kitnet em Santa Cecília. Independentemente disso, o bairro de Jardins era o nosso (juntamente com alguns amigos do trabalho) local de diversão... até que um dia um colega chamado Charles, que acabara de chegar de Porto Alegre, falou sobre a DaDo Bier, uma Micro Cervejaria gaúcha que havia se instalado também na Avenida JK, em São Paulo. Embora estivesse fora do nosso circuito, lá fomos nós, numa noite de sexta-feira super quente.

Minha DaDo preferida, a Weiss
Tratava-se de um local extremamente agitado, com pista de dança num ambiente, mesas para famílias em outro e um balcão com uma parede de vidro ao fundo, através do qual podia-se ver a fabrica de cervejas funcionando ao vivo e a cores. No cardápio, estilos de cerveja que nunca tínhamos ouvido falar, uma vez que a nossa preferida era a tal que diziam descer redonda. Dois anos depois, já tendo frequentado várias vezes o lugar, fiz uma viagem a Porto Alegre onde tive a oportunidade de conhecer a Matriz, menor um pouco, mas muitíssimo interessante também. Sei que hoje eles não fazem mais as cervejas no mesmo ambiente que as servem ao público, pois a legislação brasileira cobra impostos muito altos deste tipo de negócio quando funciona conjugado. Mas a DaDo tem uma boa rede de restaurantes no Sul que alguns amigos contam que vale a pena de serem visitados, além de ser bem distribuída aqui no sudeste e ser facilmente encontrada.

O copo com cara de cuia, da Ilex.
E o que ficou de toda essa história? De cerveja, nada... afinal naquela época eu não sabia apreciar. Mas ao ver recentemente no supermercado a latinha branca de DaDo Lager, foi impossível não me lembrar dos meus "anos dourados". E depois de levá-la pra casa e provar, não resisti a experimentar os demais sabores do catálogo, como o IPA, com mais de 40 IBUs (unidade de amargor) e a Weiss, um dos meus estilos preferidos. Aliás, embora eu ainda não tenha provado, não posso deixar de comentar que eles produzem a Ilex, uma cerveja que mistura essência de erva mate, especiaria típica do Rio Grande do Sul. Para ela, criaram até um copo especial, que lembra uma cuia. No mínimo, interessante!

Mas voltando ao principio, o sabor da Dado (hoje avaliado com um pouco mais de critérios de minha parte) é excelente. A Weiss é leve, suave e bem turva, do jeito que eu gosto e a Lager Pielsen traz o sabor bem perceptível do cereal... Gosto de comprar garrafinhas de 600 ml, pois normalmente não bebo sozinho e uma cerveja serve dois copos. Também prefiro as embalagens de vidro em relação ao alumínio, pois embora o metal proteja da luz, o vidro me dá a impressão de conduzir menos calor, além de trazer um charme maior e, com isso a nostalgia me pega de jeito. Um atrativo extra é a beleza das embalagens... Enfim, a Dado Bier me causa saudades incríveis de uma década fantástica vivida na cidade que nunca dorme e em que eu fiquei algumas noites acordado, curtindo...

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